segunda-feira, 27 de abril de 2009

Mas que cidade é essa?!

Os mineiros é que têm razão quando chamam tudo de trem, porque trem é paisagem. Se o vagão está vago, então... é paisagem com direito a tirar os tênis e esticar as pernas sobre o assento da frente. Ainda não encontrei, aqui pela Toscana, uma paisagem tão deslumbrante quanto a dos filmes, ou pelo menos quanto às de Minas, mas já está melhorando...



Lembrete para mim mesmo: evite chegar numa nova cidade aos domingos, noites e feriados, pois postos de informação e lojas estão fechados. Lembrete 2 para mim mesmo: com bagagem, não pense duas vezes e pegue um táxi.

Deixei a mala no hotel e andei na direção da praia. Essa foi a minha primeira visão do mar mediterrâneo. E foi a primeira vez que eu lembro de ir pra praia de tênis e calça comprida.



Quando cheguei mais perto da água, resolvi dar um giro de 360 graus. Parece até que as pessoas tinham se preparado para serem filmadas.



Resolvi caminhar, mesmo de tênis e na areia fofa. E eu, cearense besta, que pensava que as barracas da Praia do Futuro eram o máximo estendido na areia! Aqui as barracas são verdadeiros hotéis, com direito a chalé, e enfileiradas: quase não se consegue um espaço para entrar ou sair da praia.



Os donos de barraca chegam ao cúmulo de lotear a praia. Pode?!



E botam gente pra passar o rodo e eliminar a sujeira e a ondulação da areia.



Agora... que é um belo conjunto de praia, hotéis-palacetes e montanhas, ah, isso é. E o guindaste de sempre, claro.



Caminhei um tanto, esperando o sol se pôr, mas ele estava muito lento. Lembrei de um poema que fiz e que Fabiano musicou. Mas só consegui lembrar do refrão.



Na saída da praia, sentei num banquinho pra tirar a areia do tênis. Fiz isso numa alameda larga e bonita, boa pra passear.



Quando essa alameda acaba, a gente faz um desvio e cai numa rua paralela (sim, aqui existem paralelas!) que é um verdadeiro shopping Center, uma Monsenhor Tabosa chic à beira-mar. Não me agradou muito, não tirei foto, abri meu mapa e, vendo que havia uma espécie de parque na paralela seguinte, saí da orla.

Fiquei impressionado com o parque, ou bosque, chamado Pineta de Ponente. Fiz um videozinho de uma das encruzilhadas (de perpendiculares!).



Depois dos caminhos de terra, peguei uma rua de asfalto à direita. O pessoal aqui parece que gosta muito de asfalto. Até calçada asfaltada tem. Esse asfalto dentro do bosque era até simpático.



Ao lado da estrada, um verdadeiro comércio: parquinhos de diversões, aluguel de bicicletas... Tudo fechado, já que era praticamente noite de um feriado nacional. Achei curioso esse restaurante com um “prezzo manicomio”. Coisa de louco!



No caminho de volta para o hotel, fiquei tentando entender que tipo de cidade é esta. Não se parece, no total, com nada que eu tenha visto: praia-bosque-montanha, antiga-colorida-chic... Não sei como definir. Resolvi tirar uma foto de uma rua que me pareceu “típica”.



Na volta para o hotel, ainda passei por uma outra rua completamente comercial, que deve ter sido uma loucura mais cedo, num sábado de sol. Por volta das 8 da noite, eram só os comerciantes fechando as portas. Tirei a foto de uma loja com o nome de minha prima, que é um nome que gosto muito, pra servir como exemplo da tal rua.



No hotel, estava cansado e com aquela quentura típica de quem pegou sol demais. Vontade de deitar na cama e fazer nada. Foi quando percebi o que fiz durante a tarde, andando, vendo, fotografando... Eu estava tentando esquecer Firenze, estava tentando sobrepor novas experiências e imagens, estava tentando driblar a saudade.

Resolvi parar de me enganar e dediquei dia seguinte, domingo, ao descanso, a fazer o derradeiro diário de Firenze, a ouvir música... Fiquei o dia quase todo no hotel. Só saí para ver um filme, porque cinema é outra coisa que me coloca no eixo.

O horário que peguei na internet estava errado. Cheguei meia hora antes do filme começar. Entrei na sala pra esperar e tomei um susto. O cinema me lembrou, guardadas as devidas proporções, o Cine São Luiz, de Fortaleza. Foi o primeiro cinema italiano que gostei assim logo de cara.



Enquanto o filme não começava, saquei meu iPod e li uma das palestras do Pathwork. Coisinha que também me devolve ao centro de mim mesmo.

O filme era uma comediazinha romântica, divertida, de sessão da tarde. E o cara da projeção esqueceu de dar o tradicional intervalo de cinco minutos no meio do filme, que tanto me enerva. Só apareceu o sinal de intervalo já perto do filme acabar. E não durou nem um minuto.



Saí do filme com uma música na cabeça. Aqui na Itália tem sido difícil encontrar boa música, melhor dizendo, boas canções, já que vi coisa boa instrumental. Mas saí do cinema com a referência de uma canção: Qualcosa che non c’è, de Elisa Tiffoli. Ainda um pouco chorada demais, mas tem uma letra bonita.



Já mais centrado, no hotel, consegui visualizar minha semana: fazer pequenas visitas a Lucca, Pisa e Cinque Terre na terça, quarta e quinta-feira, que serão dias mais nublados. Sexta-feira, que promete ser sol, fico aqui por Viareggio. E, no sábado, vou para Siena, passar um ou dois dias, a caminho de Perugia/Assisi.

5 comentários:

  1. Junoca, achei a praia um pouco triste, mas a rua "tipica", bem simpatica. Beijos

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  2. Edu,
    Tenho passeado com você por aqui, pouco, pois ando cheia de trabalho acumulado. Aliás, você não tem o resumo dos seus livros em meio digital, é que não tenho OCR e mesmo que escaneie da sua lâmina terei que digitar tudo outra vez! Nossa reunião será na quarta e quero levar minha parte no relato da Biblioteca Casa de Autores, se você tiver isso em e-mail e puder me mandar vai economizar um bom trabalho, se não tiver vou gastar os dedinhos sem maiores dramas!
    Beijo

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  3. É, Ceíta, tem mesmo uma tristeza. Eu só não sei direito o quanto é da praia mesmo e o quanto é minha. :)

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  4. Oi Edu!
    Parabéns pelo curso! Vc fala bem italiano!
    Belas canções e tantas emoções!!
    Depois de Florenza, qualquer coisa pareceria estranho... até a praia! Lembrei aqueles dias de ressaca do mar, depois que invade a praia de iracema, derrubando calçadão etc... Lamentando a partida de Firenze, amanhã irei a nossa "velha" praia do futuro e cumprirei a nossa tradição... Vim recarregar as energias que emanarei p/ vc tb. Maré leva, traz e lava tudo!
    Amorosamente, Dri

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  5. Dri, presente bom é o da praia do futuro. :) Beijo,

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