sábado, 9 de maio de 2009

A cidade de Mainha, Luiza e Geórgia

A cidade de Francisco é uma cidade clara. Santa Clara de Assisi. Aqui o antigo não se mostra escuro, e brilha até nas pedras.

Uma cidade pequena, que se poderia percorrer inteira a pé, num único dia, mas que não se pode: tantos lugares para parar e olhar com calma e sentir com lágrimas.

Assisi também não cabe numa fotografia, e é melhor representada pela pintura, como nessa tela de Cruciano.

Uma cidade onde a Dama Pobreza, tão querida de Francisco, quase não se vê: encontrei dois pedintes, e só. Domina o comércio de artesanato. Paradoxalmente, foi em Assisi onde mais tive vontade de comprar, justo aqui na cidade em que Clara e Francisco se desfizeram de todos os seus bens materiais. No princípio, pensei que era um sacrilégio. Depois entendi, caminhando, caminhando, que além da pobreza ou da riqueza, está a claridade e a alegria, a espiritualidade e a arte, a paz e o bem.



Aqui se respeita o silêncio na mesma medida em que se respeita a música. Aqui encontrei um festival de primavera que acelerou meu coração e umedeceu meus olhos. a memória e a bateria da minha câmera não foram suficientes para eu registrar TUDO. Mas vejam e sintam um pouco do que vivi ontem à tarde no centro de Assisi.


O chefe de cerimônias da Parte di Sopra (parte alta da cidade), acompanhado pelos músicos do Partido Azul, abre o desfile.


Panoramica do final do desfile de Sopra, a partir das arquibancadas.


Nesse bailado da Parte di Sotto (parte baixa da cidade), representada pela cor vermelha, o conhecido trancelim do nosso nordeste brasileiro.


A bateria de Sotto foi um show à parte, de explodir o coração.

Depois dos desfiles, os jogos. O partido vencedor teria o direito de escolher a “Madonna di Primavera”, uma espécie de Miss Primavera.


O primeiro jogo foi uma corrida puxando peso, vencida pela Parte di Sopra.


O segundo, também vencido pela Parte di Sopra, foi um “cabo de guerra” que, devido à exigüidade de espaço, foi disputado em paralelo.

O terceiro jogo era um tiro ao alvo. Eu tive que sair pra não perder o ônibus e o subseqüente trem. Saí com pena, mas feliz.

Na estação, enquanto esperava o trem – atrasado –, pude ver esse espetáculo bonito das sementes ao vento.


Depois do trem, havia ainda uma caminhada de uns três quilômetros: subida seguida de descida. Não havia mais trem para o pequeno povoado à beira do lago. A caminhada assustou um pouco, com a escuridão do início da noite. Mas a aparição, em uma curva, da lua praticamente cheia, deu ânimo para continuar caminhando.

E a visão do lago garantiu a força e as pernas para finalizar um dia de muita caminhada.

Um dia exaustivo, e feliz. Um dia que eu gostaria de ter dividido, ao vivo, com três pessoas que teriam amado esse dia: Mainha, Luiza e Geórgia. Espiritualidade, música e arte perfeitamente combinadas por essa dupla genial que é Francesco e Chiara.

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